quarta-feira, 20 de maio de 2009

conversando com uma caixa amarela

sempre gostei de dar "bom dia", "boa noite", "até logo" e afins para aquelas simpáticas caixas amarelas que controlam o entra e sai de variados estacionamentos mundo a fora.

mas ontem, a caixa amarela cruzou os limites.

fui visitar um casal amigo meu em um condomínio afastado. chegando na portaria:

- boa noite. - eu disse, após clicar o botão indicado

- boa noite. nome por favor. - retrucou a caixa amarela

- marcelo. - respondi esperando a costumeira pergunta "vai na casa de quem?"

- rg por favor, sr marcelo. - indagou a c.a. (doravante para encurtar, "caixa amarela" é "c.a.")

- mg-691.369-13 - respondi decepcionado

- sobrenome por favor. - seguia c.a. em seu invetarado questionamento

- santos...

- o senhor poderia olhar em direção a câmera para tirar uma foto? -

eu olhei, e "click!".

- obrigado, senhor marcelo. o senhor teria um documento com foto? - questionou c.a.

- carteira de motorista? - respondi, já querendo estourar em risos "cadê a pergunta mais importante que não, vem?!!"

- por favor, coloque-a no suporte metálico. - instrui c.a. - agora, por favor, vire.

fiz tudo direitinho! e de repente, do nada, tchã-tchã-tchã-tchãããã!!!

- obrigado. pode guardar. o senhor vai na casa de quem?!

agoooooooora sim! sorrindo, pra não dizer "gargalhando por dentro", respondi:

- emerson e mara!

- só um instante, por favor. - concluiu c.a.

concluiu? será? fiquei rindo, e imaginando "e se eles não estivessem em casa?!", hehehehe!

e agora, o que faltaria para aquele infindável inquérito? talvez um briefing de segurança para transitar nas ruas do condomínio... não... quiçá a apresentação do meu aso (atestado de saúde ocupacional)... improvável... ou um crachá? não... crachá seria demais... mas um cartão de trânsito... esse sim talvez...

e então, c.a. veio de novo a vida:

- senhor marcelo, favor retirar o cartão a direita do painel e então aproximar a placa preta, aonde se encontra escrito "aproxime o cartão".

sem aguentar mais, já em gargalhadas, observei o cartão saindo do orifício, e executei a tarefa como instruído. como poderia aquele aviso ter me passado despercebido? com certeza, eu estava entretido demais no "diálogo" para poder notar.

ao chegar em meu destino, depois de um breve passeio (muito menos tempo do que o gasto na conversa acima), o casal me esperava na porta, e após ouvirem o meu caso acima, testemunharam:

- poisé, com você demorou isso tudo, mas motorista de taxi e de entrega, passa batido.

hahahahahahahaha! pensem positivo, afinal de contas, ele não usou gerundio em momento algum. e se tivesse usado, eu acho que não conseguiria tirar a foto ser estar chorando de rir!