terça-feira, 23 de agosto de 2011

me senti igual japonês...

não, o título não tem nada a ver com ter feito muito frio e meu pinto ter ficado tão pequeno, não, nem d'eu ter enchido a cara, ficado inchado de tanta kátia, e por consequência com o olho puxado.

se me permitem, darei início sem mais delongas:

há já algum tempo, eu trabalhei para uma firma nipônica. não era de origem nipônica, mas, nipônica mesmo, direto do japão, cheia de japoneses comedores de sushi ácido e chá verde.

uma vez, durante um bate-papo, questionei meu chefe sobre a escrita de sua língua natal, e tirei várias dúvidas, e aprendi o seguinte:
  • o japonês é composto de aproximadamente 10.000 logogramas, que originaram dos 30.000 logogramas da língua chinesa;
  • os logogramas japoneses são muito próximos dos correspondentes chineses. por exemplo, sol em japonês pelo google tradutor é 太陽, e em chinês é 陽光. notou? afinal de contas a ordem dos fatores, não altera produto. tá bom, vou colocar um cadiquin maió pra faciltá:
                       太陽 vs. 陽光
  • a escrita é similar, mas a fala é completamente diferente, então não tem como conversar... nada a ver com a relação português e espanhol.
  • é claro que o teclado computador não tem os 10.000 logogramas, mas sim uma série de fonemas auxiliados por um software processador. ou seja, vai digitando-se os fonemas, e ao formar uma palavra, o computador entende qual o logograma correspondente, e altera na tela.
  • para um japonês ler um jornal, ele tem que conhecer pelo menos 3.000 logogramas. meu chefe disse ser um cara dado como culto no japão por conhecer 6.000 logogramas. é claro que o jornal não se atém a 3.000 logogramas, o que acontece é que você vai lendo o que conhece, e não entendendo o que não conhece, e no final das contas, entende o sentido geral e boa.
aí, você me pergunta "que porra de lenga-lenga é essa sobre japonei?". é por que hoje me senti igualzinho a um japa meia foda, que não conhece os 3.000 logogramas, lendo um jornal, e tendo que tirar suas conclusões, enquanto lia um relatório de um advogado sobre um tema corriqueiro da minha área.

é claro que entendi o contexto, conhecia a maioria absoluta das palavras, mas tinha um bom bucado delas que me surpreenderam por existirem na língua portuguesa. putaqueopareo praquele blábláblá! impressionante! vai gostar de falar difícil assim lá na casa do c#$%@&!!!!

é o porco, falando do mal lavado! hehehehe!